terça-feira, 31 de maio de 2016

POESIA DE SOPHIA DE MELLO BREYNER

Sophia de Mello Breyner Andresen, uma das grandes poetas da Literatura Portuguesa, foi uma inspiração no que toca ao conceito de "poesia". Ela descreve-a como um elemento que surge naturalmente, que nasce dentro de nós. 
A sua poesia estabelece uma relação com as coisas e com o mundo, associando a Natureza geralmente ao bem estar, o que se opõe diretamente às desigualdades e opressões, aspetos que esta poeta critica. Segundo Sophia, a cidade é um espaço negativo, repleto de conflitos, sinónimo de solidão e tristeza, e se fugir dela, encontrará o oposto: a Natureza, um espaço primordial, que tanto admira, pois reflete sentimentos positivos, como a felicidade, harmonia e pureza. Lá é onde o "eu" se reencontra com a sua nudez e pura beleza. Daí vem a valorização da Antiguidade Clássica, visto que Sophia procura a perfeição de um ser humano capaz de se erguer a partir das suas próprias imperfeições.
Pode-se dizer que a poeta foi uma influência politicamente, devido às suas obras publicadas antes do 25 de Abril alusivas à liberdade em todos os sentidos da palavra.
Contudo, confesso que esta poesia de Sophia de Mello Breyner é um exemplo a seguir e as suas características deviam estar presentes noutros autores.

domingo, 29 de maio de 2016

CRÓNICAS DE FERNÃO LOPES E LIVROS DE LINHAGENS

No decorrer da Época Medieval, escreviam-se livros de linhagens com o objetivo de registar genealogias de famílias nobres, fazendo com que cada pessoa tivesse conhecimento acerca dos seus antepassados. Porém, os livros de linhagens acabavam por ser algo mais que isso. Pretendiam regular casamentos consanguíneos, assegurar os direitos hereditários de uma família nobre e até relatar episódios cómicos ou feitos heróicos, de modo a enaltecer um certo indivíduo. No entanto, o que mais se destaca nos livros de linhagens é, por vezes, a sua veracidade, pois nem sempre contava a verdade e realidade, sendo que não passavam por lendas.
Já as crónicas de Fernão Lopes, o primeiro historiador de Portugal, pelo contrário, tinham um objetivo diferente. As suas crónicas eram caracterizadas pela precisão e exatidão, embora simplicidade com as quais o autor pretendia escrever. Alcançava estas características pela longa procura de fontes de informações fidedignas, sendo este aspeto a principal preocupação de Fernão Lopes, a de poder comprovar as suas escrituras, correspondendo sempre à máxima verdade e realidade possível.

A FIGURA FEMININA EM CESÁRIO VERDE

Na poesia tão conhecida de Cesário Verde, a mulher burguesa surge como uma crítica social, no sentido em que se contrasta com a cidade. Visto que a cidade é associada com a fatalidade, morte e destruição, a mulher citadina é também considerada uma mulher fatal, dominadora e capaz de humilhar, pondo o amante numa posição submissa. Cesário dá-nos, portanto, o retrato desta mulher citadina relacionado com a artificialidade e a opressão social da cidade, que o hipnotiza e o trata com indiferença. Desta forma, ele apresenta: a mulher demónio ou fatal, associada à morte; e a mulher anjo, que enquanto associada à vida, é mais sentimentalmente generosa em relação ao sujeito poético.
Tal como disse, Cesário dá-nos, portanto, o retrato da mulher demónio/citadina relacionado com a artificialidade e a opressão social da cidade, que o hipnotiza e o trata com indiferença.
Pelo outro lado, a mulher anjo é uma figura feminina frágil, pura, natural, saudável e relaciona-se bastante com a vida campestre, aproximando-se mais de um amor puro para o "eu". Esta provoca também sentimentos de pena e até de indignidade no poeta.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

ARRE, QUE TANTO É MUITO POUCO!

ARRE, que tanto é muito pouco!
Arre, que tanta besta é muito pouca gente!
Arre, que o Portugal que se vê é só isto!
Deixem ver o Portugal que não deixam ver!
Deixem que se veja, que esse é que é Portugal!
Ponto.
Agora começa o Manifesto:
Arre!
Arre!
Oiçam bem:
ARRRRRE!

Álvaro de Campos, 1890

Poesias

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“ARRE, que tanto é muito pouco!” é um poema escrito por Álvaro de Campos, um dos heterónimos de Fernando Pessoa.
Visto que Pessoa elaborou uma biografia para cada uma das suas personagens literárias, onde muitos vêem apenas um Álvaro de Campos, existem na realidade uma variedade deles, isto porque esta personagem evolui como poeta, mais ou menos ao lado do próprio Fernando Pessoa.
Vê-se então que Álvaro de Campos passa de um sensacionalismo ou de um modernismo instantâneo, de exaltação acerca da indústria e das máquinas para um Campos derrotado na vida, rendido ao tédio.
Este poema é curioso, pois nos dois últimos versos Campos revolta-se. Fala de si mesmo e não do mundo exterior. O seu tom, embora exaltado, é um tom de desilusão e apenas se serve da voz alta para reforçar a dor que sente no seu interior.
No entanto, o mais tocante para mim é a maneira como o poema se transforma num relato poético do interior daquele que acusa. Ou seja, se Portugal está mal, pior ainda está o poeta.
"Amor, glória, dinheiro são prisões" é uma frase conhecida de Campos.


domingo, 29 de novembro de 2015

APRECIAÇÃO CRÍTICA À APRESENTAÇÃO ORAL REALIZADA NA ESCOLA BARBOSA DU BOCAGE

No dia 12 de novembro de 2015, deslocámo-nos até à Escola Barbosa Du Bocage no âmbito da disciplina de Literatura Portuguesa, numa apresantação sobre o grandíssimo Bocage.
Sentímo-nos nervosos nervosos logo quando entrámos na escola, pois sabíamos que teríamos uma grande responsabilidade, que era a de mostrar o nosso conhecimento sobre o poeta e incentivar os alunos a integrarem a discilpina de Literatura.
No que toca à apresentação em si, houve algumas falhas, mas no geral correu bem. Tivemos um grande espírito de equipa e uma boa organização em termos cronológicos.
Na nossa opinião, a segunda turma mostrou mais interesse e melhor comportamento do que a primeira.
Achamos que toda a turma gostou desta experiência, tendo que desenvolver as nossas capacidades nalguns aspetos.


Ricardo Ghiani, Altinino Gonçalves e Fabricio Canjani

sábado, 31 de outubro de 2015

BERNARDIM RIBEIRO EM "UM AUTO DE GIL VICENTE"

Eu sou Bernardim Ribeiro, o melhor poeta e trovador de cantares de amor da Corte de D.Manuel I. o meu tema favorito é a paixão e o amor que podem unir um homem e uma mulher. De entre os muitos textos que escrevi, todos eles a falar do meu amor profundo por aquela que é o sol da minha vida, a minha amada, o mais conhecido é "Menina e Moça".
Sou um escritor muito muito conhecido na Corte e foi aí que me cruzei com D.Beatriz, filha de El-rei D.Manuel , por quem passei a viver, ou seja, me apaixonei perdidamente. Sou um simples cortesão e não tenho forma nem maneira de cortejar uma infanta de tal linhagem. A única maneira de alimentar o nosso amor era através de breves olhares e sinais, quando era possível. Uma terrível notícia me assombrou os dias: D.Beatriz ficara noiva de Carlos III de Sabóia. Mesmo sendo inevitável esta união, não deixei que isso me deitasse abaixo. Existia um pretendente a escritor que fazia umas sátiras para entreter a Corte e estava nesse momento a preparar a representação das "Cortes de Júpiter", texto de despedida da infanta antes de partir para França. Para estar perto dela mais uma vez, tive que fazer algo desonesto. Disfarcei-me de moura Taes, mas infelizmente fui reconhecido pelo rei D.Manuel, portanto o meu plano não resultara. Algum tempo depois, a bela infanta partiu rumo ao seu destino, porém ainda a consegui ver mais uma vez, tendo oportunidade de lhe declarar o meu amor.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

ACERCA DE MIM

Olá, chamo-me Ricardo. Ricardo Ghiani. Tenho 15 anos, vivo em Setúbal, apesar de ter nascido em Lisboa; e tenho nacionalidade portuguesa, embora seja descendente de pai italiano. Sou adepto do Sport Lisboa e Benfica com muito orgulho de vestir o vermelho, tanto deste grandíssimo clube como da Seleção Portuguesa. Como já devem ter observado, sou fanático pelo mundo do futebol, tendo em conta que este pertence ao meu dia-a-dia. A minha fonte de motivação para viver um dia de cada vez é a música... e o chocolate branco. Criei este blogue no âmbito da disciplina de Literatura Portuguesa, disciplina esta que vou, pouco a pouco, aprendendo a gostar.